Poemar "O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam", com Carlos Fiolhais, Inóspita e José Anjos
Schedule
Fri, 07 Nov, 2025 at 06:30 pm
UTC+00:00Location
El Corte Inglés Portugal (El Corte Inglés Lisboa) | Lisbon, LI
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Inscrições: https://www.elcorteingles.pt/ambitocultural/o-jardim-dos-caminhos-que-se-bifurcam-118945/?view=1´O Âmbito Cultural do El Corte Inglés tem o prazer de convidar para o Poemar O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam, com Carlos Fiolhais, Inóspita (guitarra) e José Anjos, a realizar-se no dia 7 de novembro pelas 18h30, na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés de Lisboa.
Sinopse
Há poesia na ciência? Carlos Fiolhais diz-nos que sim, num dos seus mais recentes livros: A Ciência na Poesia Portuguesa do Século **, editado pela Nova Mymosa. Também para Alberto Rojo, físico da Oakland University, em Michigan, a resposta é a mesma: no seu livro Borges e a Mecânica Quântica, Rojo colige uma série de ensaios sobre exemplos de encontros entre a ciência e a arte, nomeadamente antecipações literárias de avanços científicos. O protagonista central é Jorge Luis Borges, o poeta mais citado por cientistas, que, no seu conto O jardim dos caminhos que se bifurcam antecipa de modo quase literal uma teoria científica que seria formulada anos depois: a interpretação dos muitos mundos da mecânica quântica. Com efeito, na descrição que faz do jardim de Tsui Pen, Borges antecipa a teoria dos muitos mundos da mecânica quântica, que só veio a ser proposta mais de uma década depois do conto. Ao saber deste facto, Borges terá reagido com a exclamação: “Como são criativos os físicos!”
A mecânica quântica é o ramo da física que trabalha sobre a realidade microscópica, a do átomo e das partículas subatómicas. É um mundo tão incompreensível e tão misterioso que mais parece pertencer ao campo poético do que ao científico. Sabemos por experiência que os acontecimentos passados condicionam e determinam os futuros. No mundo microscópico que compõe toda a realidade, as coisas parecem passar-se de outra maneira. Veja-se o caso das partículas subatómicas: o seu passado é apenas decidido quando estas são observadas e medidas no futuro. Antes disso a realidade é um campo abstrato. O físico Andrew Truscott afirma que é “um acontecimento futuro que induz o fotão a decidir o seu passado”.
Percebe-se imediatamente que estamos (também) no domínio da poesia, o lugar onde o discurso suspende a ordem normal do mundo e o mostra de pernas para o ar, talvez na sua manifestação quântica. Como bem diz Alberto Pimenta: “A poesia (...) / o preço líquido / que a vida paga / pela fuga constante / a si mesma, / a caminho / do que não existia / antes de / ela lá ter chegado.” Os físicos afirmam que a realidade não existe até a observarmos e medirmos. O mesmo sucederá também com (ou através de) alguns poemas, arriscamos dizer. Mas fica a questão (entre muitas outras): qual o papel do cérebro e da consciência em tudo isto? E que passado nos espera ao chegarmos ao futuro? Nesta sessão do Ciclo Poemar iremos debruçar-nos sobre alguns poemas e questões que conjugam ciência e poesia, incluindo poemas escritos por autores que também foram cientistas, com intervenção de Carlos Fiolhais, leituras de José Anjos e música de Inóspita (guitarra).
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Where is it happening?
El Corte Inglés Portugal (El Corte Inglés Lisboa), Avenida António Augusto de Aguiar 31,Lisbon, PortugalEvent Location & Nearby Stays: